terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ASSISTA A CONFECOM EM TEMPO REAL

O site oficial da I Conferência Nacional de Comunicação disponibiliza transmissão ao vivo da plenária.
Acesse: http://www.confecom.com.br/transmissao

COMEÇA O SEGUNDO DIA DA CONFECOM

O Segundo dia da Conferência Nacional de Comunicação começou há cerca de duas horas. Mesa e plenária discutem e votam o regimento que deve nortear os trabalhos da Conferência.
Ainda não há posicionamento formal da CUT, FENAJ e FNDC sobre o dispositivo Questão Sensível, demandado pelo setor privado e que provocou uma verdadeira guerra na plenária convocada pelos movimentos sociais no dia de ontem.

PANORAMA CONFECOM I

O teto cinza que cobria a capital federal no dia de ontem era o prenúncio do que estava por vir no primeiro dia da I Conferência Nacional de Comunicação. As nuvens diziam “vem chumbo grosso por aí”. E veio.

A abertura do evento começou em clima de relativa paz. Na platéia, representantes da sociedade civil organizada, movimentos sociais, poder público federal, estadual e municipal, bem como da sociedade civil empresarial, observadores nacionais e internacionais e delegados eleitos em seus estados, cerca de 3 mil pessoas.

Saudado com palmas efusivas, o orador oficial parabenizou todos os presentes por fazerem parte deste momento histórico para a discussão dos rumos das comunicações no Brasil.

A paz acabou por aí: a mesa (composta por entidades de peso como CUT e FENAJ) era aplaudida a medida que ia sendo anunciada até que o nome Hélio Costa (Ministro das Comunicações) foi pronunciado e vaiado sem dó por representas das rádio comunitárias e movimentos sociais de todo país. Motivo? A política e perseguição às rádios comunitárias levada a cabo pelo Ministério das Comunicações.

João Saiad (Presidente do Grupo Bandeirantes) foi recebido com frieza, mas salvo por parte da platéia, composta de funcionários e estagiários de empresas de comunicação que, “muito imparcialmente” aplaudiram, e muito, a fala sem graça e anêmica de conteúdo do empresário.

Só mesmo o carisma do Presidente Lula para reunificar uma platéia que já se mostrava dividida quanto aos principais temas e propostas a serem discutidos e votadas nesta conferência.

São pautas estratégicas e que mexem com interesses empresariais e de classe: exigência do diploma de jornalista para o acesso à profissão, implantação do sistema de TV digital, mudanças na legislação de concessões de rádio e TV, criação e financiamento de tv’s e rádios públicas, por exemplo.

Lula, como sempre, deu banho de carisma. Foi aplaudido de pé, interrompido por gritos de “Lula o Brasil te ama”, mas fez um discurso neutro.

Às vésperas de uma eleição, o presidente sabe que os temas abordados nesta CONFECOM mexem com interesses estratégicos e pesados, não só dos empresários, movimentos sociais e órgãos de classe, como de toda a sociedade e do próprio estado brasileiro.

Cerimônia de abertura encerrada, coquetel bem servido e... foi chamada uma plenária de emergência no auditório auxiliar do Centro de Convenções, que contou com cerca de 400 pessoas. Aí o tempo fechou de vez: CUT, FENAJ foram acusadas de ceder a pressões do setor privado e de parte do governo federal, colocando em risco a aprovação de propostas históricas dos movimentos sociais. Acusações inflamadas, defesas calorosas e uma plenária raivosa, acusavam estas e outras entidades de fechar acordos de última hora para tentar esvaziar a conferência e transformá-la em um jogo de cena a favor dos interesses dos empresários.

O dia acabou pesado e os representantes das entidades “entreguistas” convocaram reuniões par hoje, as conversas continuaram em alguns bares e restaurantes da cidade e muitas decisões foram deixadas para hoje: dia de aprovação do regimento, e início dos grupos de discussão.

Mais uma vez o céu amanheceu cinza em Brasília. E pode acreditar: vem mais chumbo grosso por aí.